segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Últimos Informes

Gravação no Estúdio (11/12/2007)

Nesses últimos dias não fiz sequer uma publicação para explicar porque não estava escrevendo, motivo: A banda na qual integro estava em processo de gravação, divulgação para o show que aconteceu no último dia 15 e correrias para que tudo corresse nos conformes.

E acabou correndo, não como planejado, mas os principais objetivos foram devidamente alcançados, que foram as gravações e o myspace para divulgação e o show com as bandas divulgadas. Um show divertido para a maioria que lá estava, isso nos trouxe muito entusiasmo para trabalharmos ainda mais no aprimoramento das canções e performance no palco.

Quero aproveitar para fazer aqui um agradecimento especial a todos (as) que sempre estão nos apoiando, e dizer que vocês fazem parte da banda, pois estas pessoas nos dão toda a motivação possível para acreditarmos na banda.

Em breve publicarei aqui um Manifesto Cultura Monstro, com fundamentação teórica, um conceito e uma proposta social.

Vou deixar os links para ouvir as músicas e saber um pouco mais sobre a banda:

http://www.fotolog.com/culturamonstro4
http://www.myspace.com/culturamonstro
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=42476885
culturamonstro@yahoo.com.br

Entrevista com a banda:
http://vivonacidade.blogspot.com/2007/12/entrevista-cultura-monstro.html

Aproveito para indicar esse blog (Vivo Na Cidade), uma visão de mundo sempre voltada na inclusão social.

imagem por: Maikon Jean Duarte

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ska Para Ninguém Por Defeito



Essa vai de referência para quem gosta de ska - Los Tres Puntos - uma banda francesa que também canta em espanhol e inglês. Esse ano completou 10 anos de vida underground, mais uma banda resistindo à indústria musical, e mostrando que pode sim criar músicas de qualidade sem ajuda do mercado.

São 18 albuns que a banda coleciona desde 1997, quase 2 albuns por ano, isso que é produção independente. A levada ska anti-facista, tem característa própria, um ska com direito à metais e teclado. As melodias são energéticas que causam sensação de alegria ao ouví-las.

Outra característica que também chama atenção são as produções artísticas com desenhos (acima uma mostra), estampados nos encartes, no site e no myspace tembém podem ser encontrados, com propriedades particularmente animadoras, assim como suas músicas.


Vale à pena fuçar, recomendo!

Vai uma letra:

LOS TRES PUNTOS
Album « Si oh » - 2003
Niños de la calle

La populación vive en un montón de basura
Segregación urbana ocasiona la exclusión social
La legalidad cubre la ilegalidad
Tu niño que escapas
A las rondas policíacas
Pero nunca te alejaras
De esta espiral

Estos no viven con nada
Y no tienen nada que vivir
Marginales que molestan
La alta sociedad

Escuadrones de la muerte
Buscan delincuentes
Ejecutivos recompensados
Por la impunidad

Maltratar, droga, sexo
Prostitución, incesto
Privado de alegrías infantiles
Hacer lo que quieres
En el mundo de donde vienes
Es tu único deseo
De hoy en día

quem quer só ouvir uma palhinha:

Obs.: No site além de os caras disponibilizarem videos e mp3, contam até uma história do ska, o legal é que a história é contada do ponto de vista não norte-americano, como geralmente é contado, por isso não falam de Operation Ivy.
Créditos da imagem - Los Tres Puntos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

"Migrantes": Por um teatro construtivo.


Joinville nesses últimos anos vem ampliando o espaço para as artes, e com isso o teatro está se sobressaindo como opção de entretenimento, e mais do que isso, uma forma de conhecer e analisar questões pertinentes à cultura construída até hoje na cidade.

Estou falando do último espetáculo realizado pela Companhia Dionísos de Teatro, que no seu décimo ano apresentou a peça “Migrantes”, que veio somar em seu repertório, como a 12ª montagem.

Tenho aqui muitas razões para postar e analisar essa produção, mas o motivo principal é a questão da perspectiva da peça em si, o trabalho do diretor e autor Silvestre Ferreira e sua companhia vai além de produzir arte pela arte, é fazer com que o espetáculo tenha mais vida, ocasionando numa função social, principalmente para a população de Joinville.

A principal fundamentação da peça foi entrevistas de migrantes, que em Joinville vieram a partir da década de 1970, no boom migratório, um fenômeno que transformou a cidade na maior e mais habitada de Santa Catarina. É importante citar aqui O Laboratório de História Oral da Univille, e a coordenadora Raquel S. Thiago como um eixo entre o projeto da peça e as fontes que serviram de base para a temática da produção.

A questão é: quando se tem entrevistas como base para produção, especificamente essa, remete às memórias, e assim histórias de vida que sucederam no período que agitou a cidade de Joinville no âmbito sócio cultural, bem como econômico.

Nesse sentido, temos uma adaptação teatral para questões relacionadas à história de Joinville, e histórias que contribuíram para a configuração cultural da cidade hoje. Se analisarmos do ponto de vista social, temos questões relevantes causadas pelo fator migração, que são as discriminações e preconceito cultural, ou melhor, a resistência de joinvilenses naturais aos indivíduos que aqui não nasceram, ou que tem descendência em outro estado e/ou cidade.

A apresentação mostrou o microcosmo da história não contada de Joinville, memórias de pessoas que saíram de situações miseráveis, e que aqui encontraram uma oportunidade de trabalho e com isso construíram uma vida mais digna, obtiveram suas próprias casas, e condições de criar seus filhos sem passar fome, ou em outras situações, como acontece na peça, histórias de amor e de conquista.

Mas o ponto principal foi à interação entre os atores e a platéia, que no meu ponto de vista, é o auge do teatro, e só aconteceu devido às relativas identificações dos espectadores perante às interpretações dos atores. É dessa forma que o teatro vai funcionar realmente como deve, é só dessa forma que a arte funcionará como estímulo à reflexão e ao respeito às diversidades culturais, fazendo com que indivíduos compreendam outras situações de vida, ou nesse caso, que não continuem reproduzindo a discriminação e exclusão que, principalmente, os bairros mais afastados de Joinville vêm sofrendo com o poder público e as mídias locais.

Esse espetáculo também ganhará mais força quando apresentar-se nas comunidades construídas a partir das migrações desde 1970. Quero novamente chamar a atenção para a alienação que a sociedade se submete, se até 1970 tínhamos pouco menos de 200 mil habitantes, em quase 40 anos esse número aumentou para 600 mil, quer dizer que não somos uma cidade germânica, e que Joinville não é, e nunca foi cidade dos Príncipes. Somos uma cidade com uma diversidade cultural equivalente às grandes metrópoles do Brasil, não em número, mas em proporções, e que façamos desta uma cidade mais humana e menos fria em relação aos bairros ocupados pelas multidões que não tiveram outra escolha a não ser vir atrás de uma nova vida, uma nova terra.



Para quem não assistiu ao espetáculo, fica a dica para a próxima temporada.



Link para A companhia: http://www.dionisosteatro.com.br/
Foto:http://cidadecultural.blogspot.com/2007/12/migrantes-da-dionisos-teatro-toca-pela.html

domingo, 2 de dezembro de 2007

Dia 15/12


Mais uma vez Cultura Monstro se apresenta no Old
Music Bar, mas desta vez a divulgação já está sendo
feita com 2 semanas de antecedência, a festa será
regada com diversidade musical, para quem gosta de
diferenças no mesmo ambiente, esta será propícia.






Todos estão convidados para esse evento!




quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Semana da Consciência Negra


No dia 23 de Janeiro de 2003 foi sancionada a Lei de nº. 10.639, que inclui obrigatoriedade no currículo do ensino fundamental “História e Cultura Afro”.
A primeira pergunta que me vem é: será que a educação, ou os próprios Professores de história tem preparo para levar à sala de aula, com coerência, a cultura afro? – tendo em vista que terão que desconstruir uma série de fatores que ainda resistem ao tempo, como por exemplo, o preconceito – será que estão preparados para discutir essa delicada questão em sala de aula? - Ainda me pergunto – Será que a consciência é o bastante? Pois eu não me canso de ver e ouvir casos e mais casos de discriminação étnica, de gênero, aos portadores de necessidades especiais e etc etc...

Estamos há mais de 300 anos do esquartejamento de Zumbi, vai fazer 40 anos que Luther King foi assassinado. Nesses últimos anos eu tenho presenciado em Joinville uma série de situações de preconceito, que me deixam pouco esperançoso quanto ao humanismo nos próximos anos ou décadas.

Estou questionando a falta de investimento na Educação e o descaso no treinamento para atualização curricular de professores que estão há mais de 20 anos lecionando. Existem casos, como de São Paulo, que 25% dos educadores são portadores de depressão, e no Brasil há um déficit na parte de contratação desses, são poucos professores para uma leva imensa de educandos que com o passar dos anos só vem aumentando.

Se observarmos que a única esperança de um país menos miserável, com baixos índices de violência, e mais humano, é ter, ao menos, uma educação democrática e coerente em relação à consciência social e ambiental, estamos longe de termos algum resultado. È fácil sancionar leis, ter PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais), Propostas Curriculares estaduais e LDB (Lei de Diretrizes e Bases) utópicas, pois não passam de papéis que auxiliam na escrita de PPP’s que ficam arquivados em gavetas sem qualquer utilidade, pois não temos uma prática educacional dentro desses moldes, muito menos motivação para isso.

Em Joinville, uma cidade que ainda é ostentada como “germânica”, uma realidade aquém do que vivemos, vem sofrendo mutações culturais e o que vemos no máximo, é uma educação que prepara para o mercado de trabalho, por ser uma cidade essencialmente industrial. Órgãos como ACIJ, AJORPEME, CDL e outras, ditam o que vai ou não acontecer, todos submissos aos grandes empresários de famílias fundadoras da cidade que não estão preocupados em construir um indivíduo consciente e agente da própria história, poderiam ser chamados de “ditadores simbólicos”, pois não estão visíveis à população alienada ao trabalho e a ordem.

A história que ainda é contada com aquele “romantismo tradicional”, cidade das flores, dos príncipes e das bicicletas, não mudou nada nesses últimos 40 anos, e para ajudar, temos uma mídia conivente, que ainda alimenta esse ambiente, e apóia políticos corruptos.

Desde 1960, Joinville vem recebendo milhares de migrantes de todos os lugares do Brasil, a diferença é que quando vêm do interior do Paraná, são marginalizados e postos às beiras de manguezais, quando não expulsos pelos secretários de habitação como aconteceram várias vezes.

A maior indignação é que a população nascida em Joinville acaba reproduzindo e estigmatizando-os como bandidos e invasores, com a grande ajuda das mídias locais. È perfeito para professores também entrarem na onda discriminatória e se negarem muitas vezes à lecionar em locais como Jardim Paraíso por exemplo, pois é lá que existe o maior índice de criminalidade. O mesmo discurso acaba sendo reproduzido e praticado pelo poder público, o estado em vez de ajudar a desconstruir esse estigma, faz da punição a única solução para essas pessoas.

Joinville, cidade que na semana da consciência negra, os próprios negros que nela residem e nasceram não sabem da programação que o Instituto Afro Brasileiro preparou, que nem é lá aquela coisa, sabemos das dificuldades de expressar sobre a cultura afro nessa cidade, e que a alienação perpassa todas as cores.

Quando falamos de cultura afro, falamos de construção social, a capoeira por exemplo, que tem toda uma simbologia por trás, também tem elementos que contribuem para uma sociedade mais justa, pois foi uma maneira de educar e manter as tradições que os negros traziam de suas etnias na África. A compreensão de rituais e tradições nos faz diferentes e não superiores ou inferiores, a compreensão é um estímulo para o respeito à diversidade cultural e o humanismo que nos falta, diante desta herança eurocêntrica que carregamos desde nossas mais tenras gerações.

A educação é a única chance que o ser humano tem de se auto conhecer e respeitar as diferenças culturais.


Educação não tem preço. Tem muito valor. (Gramsci)

sem citações-sem referências-sem indicações.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Cultura Monstro

Com um set de músicas próprias e dois covers (Clash e Operation Ivy), Cultura Monstro fez sua primeira apresentação num espaço de tempo necessário para não cansar o público presente, que se mostrou surpreso e envolvido.

A banda Cultura Monstro iniciou seu ciclo Romantismo e Safadeza com o vigor esperado pelos integrantes, fazendo o público dançar e interagir em alguns instantes do show.

Em breve Cultura Monstro fará outra apresentação, fiquem ligados, para quem gosta de uma performance diferente, esse é o caminho.

A noite começou bem com um rock n’ roll empolgante, fez a galera esquecer-se de nosso normalíssimo clima chuvoso que estava lá fora. A banda Código de Bar também fazia sua estréia. O repertório contou com clássicos do rock desde 1950, destaque para Júpter Maçã e Chuck Berry (Johnny Be Good) que foram cantadas por muitos que conheciam.

A banda seguinte da noite – Fixsoul – já experiente nas noites de Joinville, tocou grandes sucessos do rock 1950/60, mas o que mais chamou atenção fora a contribuição de uma pessoa especial do público - Helô, cantando Velhas Virgens (Abra suas Pernas) e a conhecida música Se Eu Tivesse Um Canudinho, empolgando a todos, participação muito aplaudida.
Fotos por Nina de Souza.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

ESTRÉIA "CULTURA MONSTRO"

Nesse sábado (17/11) Cultura Monstro fará sua primeira apresentação pública. Como a banda fora a última convidada, ou seja, gaiato, não está sendo divulgada em cartazes e flyers, por isso esse texto destacado no blog.





Mais informações sobre Cultura Monstro, abaixo tem um release sobre a formação e propósitos da banda.





domingo, 28 de outubro de 2007

"Madres de la Esperanza"

fotos por Maikon K



Há pouco mais de 30 anos atrás na Argentina, algumas mães aflitas pelo desaparecimento inexplicável de seus filhos, dariam início, de uma forma tímida, a um movimento que tomaria dimensões inimagináveis com o passar dos anos.






Desde o final da década de 1960, a Argentina vinha sofrendo vários golpes militares, mas em 1976 com o General Jorge Rafael Videla foi o estopim para que uma sucessão de desaparecimentos ocorressem. Desde 1974, já haviam registros de mais ou menos 600 pessoas desaparecidas, nesse período algumas mães exigiam explicações e atitudes das autoridades, porém, não tinha um caráter de movimento social.
Em 1976, ano do golpe, aumentam o número de desaparecimentos e relativamente o número de Madres, gerando uma frustração coletiva por não serem ouvidas, as mães se mobilizam na então “Plaza de Mayo” para escrever uma carta pedindo uma audiência para que, realmente, explicassem o que estaria acontecendo com seus filhos.
E assim começaria a primeira das centenas de manifestações até hoje realizadas pelas Madres, que acabou inserindo uma série de outras reivindicações, como a luta pela igualdade social e anistia para os presos políticos, ganhando apoio de organizações em todo o mundo e acarretando até na volta do peronismo, configurando-se, assim, num grande movimento social. Hoje, depois de muitos anos de esforço, elas não obtiveram sucesso em relação aos seus filhos desaparecidos, mesmo assim não desistem da luta pela justiça.


Esse breve e humilde texto não é para falar da história de lutas das Madres de la Plaza de Mayo, mesmo porque temos vários sites e webspaces que fornecem as informações sobre este movimento, a proposta aqui, é mostrar que não devemos desistir de lutar pelos nossos direitos, uma vez que estes constituem nossa legislação. Fazer democracia é lutar pelos nossos direitos. Podemos expressar nossos descontentamentos com relação às políticas públicas que somos sujeitados, ou as que não somos contemplados por meio de manifestações e pressões, só assim atingiremos algum objetivo.


A luta deve fazer parte da vida do ser humano, por mais que ela pareça difícil, deixemos a submissão por conta da natureza. Karl Marx já dizia no século XIX, em sua famosa frase que se encontra no Manifesto Comunista “A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”, hoje essa frase ainda é válida se analisarmos em nosso cotidiano, as micro-relações de poder (como diria Foucalt) que vivenciamos em ambientes de trabalho e até mesmo no ambiente familiar, e as macro relações que controlam o sistema.



As informações aqui contidas foram retiradas do site: http://www.madres.org/, página oficial das Madres, lá também se encontram as informações atualizadas, e muitas outras referente à Associación Madres de la Plaza de Mayo.

Citação em:
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

sábado, 27 de outubro de 2007

Banda Cultura Monstro


A banda é a mais fresca novidade na cena underground joinvilense, que conta com a participação de quatro jovens bem descolados, Gustavo (guitar/vocal), Lauro (batera), Marcelo ou Eloperdido (baixo e backs) e Rodris (masturbate guitar). Gus foi o primeiro baixista da Banda Medíocres, banda que agitava a cena Hardcore desde o final dos anos 1990 e após sua saída entrou como guitarrista na segunda formação da Banda “OSCARADEMARTE”. Lauro teve suas experiências muito mais precoces, tocou em bandas como "Butt Spencer" e "Sanches". Marcelo teve algumas experiências frustradas, passou por algumas bandas punk-hardcore escrachado e jazz/blues, que não vingaram, Rodris é virgem, acaba de integrar-se à uma banda pela primeira vez na sua vida.



O conceito é novíssimo, apoiado na idéia de Osni (ex-carademarte) denominado Superid Cultura Monstro, que tem fundamentação teórica em Freud (complexo de ID). Fez uma interpretação baseada no futuro, em que as pessoas, ao invés do consciente, usarão seu inconsciente, pois este estaria carregado de “super-conhecimentos”, daí Superid Cultura Monstro.



A idéia de Cultura Monstro saiu de Gustavo, aconteceu que junto com Marcelo lapidaram o conceito do OsniSCM” e tiraram outras idéias deste. Também se refere ao futuro, mas com outra proposta, trata-se do caos total, falência da memória, dependências químicas, o concreto virando mangue. As idéias principais são estas, mas que passam de uma leitura regional para o global, transpondo os problemas numa só teia de fatores, relativizando as grandes catástrofes naturais nos quatro cantos do mundo.



Com a primeira idéia de Gustavo em fazer uma releitura desse conceito, a banda iniciou seus acordes no final de 2005, com Gus e Elo e outros integrantes que não entraram na wibe, após um tempo fechado para balanço e reconstrução de idéias, Cultura Monstro volta com uma formação fodástica e para iniciar o ciclo, a banda passa por uma fase Romantismo e Safadeza, que não necessariamente tratará de assuntos relacionados ao conceito "CM".



As influências são inúmeras, mas não entraremos em minúcias, em Romantismo e Safadeza as músicas são bem humoradas, calcadas nas noites de fins de semana em Joinville. Um misto de Rock, funk, ska e samba, transformam as músicas em strongs melodies dançantes e cantantes em algumas partes. Vale à pena conferir esta nova cara do rock joinvilense.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Uma experiência, um novo olhar.

Para começar eu gostaria de esclarecer que não quero manter esse espaço como um banco de textos léxicos e acadêmicos, portanto, farei abordagens críticas para todos (as) lerem com o mesmo entusiasmo ou não, sem ficar para trás nenhuma dúvida sobre as expressões aqui colocadas.Nesse ano de 2007, precisamente no dia 07 de Julho, acontecera um acidente que iria mudar o rumo de meus pensamentos com relação a seres humanos. Um grande amigo, de longa data e benquisto por todos que o rodeavam acidentou-se, e nesse acidente sofreu algumas lesões que o marcariam por toda a vida, pois encontrara ali, caído no chão de algum lugar desconhecido e sem ninguém para ajudá-lo, forças para resistir à morte que acabara de visitá-lo, que sem sucesso, voltou para o lugar de onde saiu.Nessa vida, às vezes, as coisas acontecem como um conjunto de tramas, uma conspiração de fatores que no fim das contas, forma-se um todo, eu falo da minha má fase que vinha passando desde o meu fim de estágio, que me frustrou muito (não interessa agora entrar em detalhes), a crise depressiva que me deixou em estado de “parafuso”, praticamente sem ação nem reação para muitas coisas, tranquei a faculdade e junto com isso meus planos que me motivavam ao acordar todos os dias, ou seja, minha vida estava parada até então.Todos esses fatores citados acima contribuíram para que minha vida enriquecesse de uma forma fugaz. Como o acidente deste amigo fora gravíssimo, o tempo de recuperação estimado fora demasiado lento e longo, e a internação tornara-se inerente a esta recuperação, que exigia atenção e paciência para ambos, o acidentado e os (as) cuidador (as).Nesse caso, analisei a situação com as melhores das intenções, e me ofereci como cuidador, que precisaria após sua transferência da unidade de terapia intensiva (UTI) para o quarto de observação pós-cirurgico e por fim o quarto de recuperação final.Todo esse processo demorou, mais de 60 dias, e nesses sessenta dias eu vivi a mais complicada e extraordinária experiência até então. Todos os dias e/ou noites num hospital, cuidando de um amigo, que pouco tempo atrás era uma pessoa independente, e ali assustadoramente viera depender de meus cuidados para qualquer coisa.Diante dessa vicissitude, eu me sentia constrangido, pelo fato de não ter ainda me deparado com algo parecido, e ao mesmo tempo ele tímido por até o momento, não depender de mão que o auxiliassem para mudar de posição sobre a cama, ou para levar à boca uma colher de papa que ele chamava de “suco salgado”, e quase jorrava de sua boca por perder os reflexos com o Acidente Vascular Cerebral causado pelo percalço, ou envergonhado pelo fator hoje concebido pela sociedade como algo mais importante em suas relações, a estética, pois seu crânio sofrera um corte parcial no lado esquerdo, corte este causado pela cirurgia que fora submetido com urgência na entrada ao hospital, cirurgia que em suas palavras - “salvou minha vida”,Mas encontrei forças para suprir as faltas que ele sentia para com sua nova e dura vida, e ao mesmo tempo para eu refletir sobre a vida e valores até então não observados como eu pensava que deviam, e fui à batalha contra minha própria patologia, dia após dia sentado ao lado, ali num hospital público eu percebi o quanto nós somos vulneráveis, e ao mesmo tempo semelhantes biologicamente, pois a maneira em que via indivíduos de todas as idades e condições morais, não importava esses critérios, eram tratados da mesma forma pelos profissionais que lá os atendiam, nivelados por baixo, não importava se tinham filhos (as), netos (as), ou qualquer outro elemento que configurasse ele como um cidadão de bem, ele era um mero paciente. Num mesmo quarto havia um senhor evangélico com tumor encefálico, aparentemente saudável, outro homem de meia idade que sofria de lapsos de memória, e esse meu amigo, um AVC Pós-traumático, que não conseguia sequer levantar da cama para ir ao banheiro. Todos ali, reunidos por uma eventual e triste ocasião da vida. Nesse quarto eu percebi que a relação entre os pacientes era recíproca, talvez se identificassem por ambos estarem passando por momentos difíceis, não havia uma relação de poderes, uma hierarquia moral, eram todos pacientes querendo ajudar uns aos outros, parecia um sentimento fraterno, antes disso nunca haviam se visto antes, mesmo assim estas pessoas se respeitavam como se fossem velhos amigos.Neste momento começara uma transformação na minha concepção acerca dos seres humanos. A partir dessas minhas percepções eu entrava no hospital cada vez mais fortificado e determinado a lutar junto, não só ao meu amigo, mas àquelas pessoas que ali estavam, e se mostravam carentes de alguma forma. A minha idéia sempre girava em torno do psicológico, e lembrei-me de algo que poderia me ajudar e a eles também, a tal da transdisciplinaridade, mas não se tratava de usar um conceito para ensino ou pesquisa, era para fazer estas pessoas perceberem os seus valores como seres humanos, tinham sua importância como cidadãos, ainda que adoentados, seus valores e suas vidas de alguma forma continuaria lá fora daquela imensa camada de concreto, que parecia que os separava da vida real que levavam antes de estarem ali.O tempo ia se passando e cada vez mais eu ia me acostumando a ver acidentados, doentes e mortos passando por aquele imenso corredor, e aquele cheiro de éter, que estava impregnado nas paredes, eu já começara a me relacionar com zeladoras, enfermeiros (as), médicos (as), psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta, nutricionista e tantos outros que estavam naquele local, era uma verdadeira miscelânea, parentes de pacientes, amigos, etc...Os profissionais daquela ala do hospital já comentavam minha relação com meu amigo, e se surpreendiam quando eu respondia a pergunta “vocês são irmãos?” (aliás, foi a pergunta mais freqüente), como não éramos irmãos eles se surpreendiam, retrucando “isso que é amigo” e aquilo não me deixava orgulhoso de mim, pois eu percebia que era o mínimo que poderia fazer a um amigo diante daquela tragédia que se estendera em sua vida.Mas voltando à transdisciplinaridade, eu comecei à ajudar os companheiros de quarto, um outro quarto havia um senhor AVC também, seu lado direito estava paralisado, e eu o ajudava pois ele sempre estava só, não haviam visitas de entes, pelo menos freqüentes, então ele contava comigo na hora de comer e de levantá-lo para ir ao banheiro, nos tornamos no mínimo parceiros temporários, e nessa convivência eu procurava conversar com ele, e nessas conversas eu fazia perguntas remetendo à sua vida, para ele não desanimar, eu o elogiava como um bom pai que teria sido até então, e que as coisas poderiam melhorar para ele a partir do momento que se envolvesse e abrisse mão do orgulho para com seus filhos, eu percebi que ele não queria que sua família o visitasse, pois não queria que o vissem daquela forma, um homem que por muitos anos sustentou uma família, agora naquela cama de hospital dependente de outras pessoas. Pois bem, eu comecei a fazer algumas alusões a outros indivíduos, famosos, que já tinham passado por aquilo, pois seria uma forma de ele visualizar e corrigir sua postura quanto a isso. Falei de um ator que teve um AVC e ficou muitos anos inválido na cama, mas isso não tirou seus méritos, pois sua vida sempre fora uma vida de lutas, e era um ser humano como nós, e que a partir do momento em que adoeceu, ele percebeu que a vida é frágil e que não interessava se ele a partir dali não iria mais trabalhar em seu ramo, ou se as pessoas com um tempo iriam o esquecê-lo, uma vez que fora um artista famoso e requisitado, mas que aquilo serviu para ele se aproximar mais ainda de seus filhos que há muito não conversavam, não trocavam palavras de amor e respeito. A partir daquilo eu pensei que ele iria começar a ver as coisas de uma maneira diferente, eu não o vi fazendo muito, a não ser recebendo os dois filhos no dia em que meu amigo foi para sua casa, 60 dias após sua entrada naquele local.Com meu amigo as coisas eram diferentes, acredito que sua recuperação rápida, começara a partir da UTI, onde passou duas longas semanas, pois lembro até hoje o rosto impressionado da enfermeira que cuidava dele dizendo “Ele bateu o recorde de visitas na UTI” , penso eu que de uma forma inconsciente as pessoas entravam e deixavam suas melhores energias para que ele saísse dessa, enquanto ele desacordado, respirando por aparelhos, absorvia aquelas energias. Eu lembro, também, que quando eu entrava para vê-lo ele se mexia, como se estivesse conversando, hoje ele não lembra, mas fora sim uma conversa inconsciente entre nós.Quando passou para o quarto de observação, já estava bem melhor, pelas condições que se encontrava dias antes. Por ele não estar doente, e sim traumatizado pelo acidente, sempre esperava um pouco mais do que ele podia dar como resposta, então todas as coisas que fazia para ele, era pensando na sua recuperação mais acelerada, e fazia como se fosse para mim. A parte mais complicada ficava para o lado psicológico, pois alguns o tratavam como um animal doente, como se fosse um neném que acabara de nascer, isso atrapalhava todas as minhas investidas em relação às conversas que tínhamos, pois após um tratamento daqueles, voltava aquele sentimento de impotência, e meu trabalho ficava cada vez mais difícil com relação a isso.Mas minha teimosia foi maior que a dele para deixá-lo pronto para voltar à sua vida normal, enquanto ele ficava emburrado quieto, eu o atormentava para conversar e exercitar seus músculos, chegamos até a uma discussão, ele acabou reclamando de mim, pois eu estava querendo que ele fizesse coisas que não queria, por exemplo: eu chegava todos os dias às 7 da manhã no hospital, com a energia carregada depois de uma noite, agitando o quarto e convidando-o para tomar banho, caminhar e se exercitar, coisas básicas para sua recuperação. Isso o deixava manhoso, pois o que ele queria era ficar naquela cama como um doente, que não era. Ele tinha consciência que a recuperação dependia muito dele, e que eu estava lá para ajudá-lo a superar os obstáculos que o afrontavam diariamente, a partir de várias investidas minhas eu consegui então convencê-lo de que as coisas que eu pedia a ele eram para ele sair o quanto antes do hospital, ele não queria mais ficar lá, não conseguia mais dormir direito, muito barulho durante 24 h, entra e sai de enfermeiros no quarto dava a impressão de que aquele lugar era um local de trabalho, e não de recuperação.Ele começou a fazer as caminhadas matinais, eu chegava de manhã cedo e ligava o som no banheiro, ligava o chuveiro, e ele já estava caminhando sozinho e sem apoio até o chuveiro, e eu ia vendo que a recuperação e o retorno para sua casa estavam cada vez mais próximos. As nossas conversas giravam em torno de acontecimentos globais e locais, política, até acabei me desabafando para ele, falando sobre meus problemas e tudo mais.As coisas mudaram de uma forma esperada, muito esperada, ele começou a escovar os dentes e comer sozinho, ia ao banheiro quando dava vontade, sua re-independência estava ali, postas para quem enxergasse e quem lutara para que isso acontecesse.Eu me recordava das minhas formas de tratamento com indivíduos antes disso nessas condições, eram diferentes, pois eu não tinha coragem de enfrentar, precisei que acontecesse com alguém que eu amasse para, só então tomar coragem. Hoje quando passo por qualquer impecílio da vida, ou encontro uma pessoa com problemas, imediatamente lembro-me dessa experiência para encarar da maneira mais coerente possível a situação e dar a volta sobre estes.A transdisciplinaridade é ir além de suas formas de pensar, é pensar também que as pessoas são carregadas de histórias como você, e que o corpo não é nada perto de suas memórias, observar as pessoas e analisar a partir de seus conhecimentos não é suficiente, temos que juntar isso às experiências das pessoas que ali estão, e juntando isso em uma totalidade encontraremos formas mais precisas de tratamento à qualquer que sejam as circustâncias. Antes de julgarmos sermos os melhores naquilo que somos e fazemos, temos que pensar que existem outras áreas que podem além de auxiliar na solução, ou tentativa de solucionar o problema, podemos conhecer essas áreas, nos transpor para outras experiências, só assim conseguiremos enxergar de vários ângulos e alcançar as expectativas.

"26 de Outubro" dia Nacional de Luta pelo Passe Livre


No dia 26 de outubro temos um encontro marcado com a democracia, é o dia nacional de luta pelo passe livre, e dentro da proposta do blog, eu quero convidar a todos que o visitarem para estarem às 17:30 do próximo dia 26 (sexta-feira) na Praça da Bandeira para nos reunirmos e lutarmos pelo direito que nos é de fato, a conquista de nossos direitos só será concretizada através de lutas, e muitas lutas, por isso pegue seu nariz de palhaço, pinte a cara, e faça muito barulho com o Movimento Passe Livre - Joinville. Esse ano estaremos realizando a terceira edição da manifestação pelo descontentamento acerca do transporte público de Joinville, temos que tirar das mão de empresas privadas que só visam lucros. Se informe mais sobre o movimento aqui http://mpljoinville.blogspot.com/ - temos projetos para um fundo municipal de transporte e um plebiscito para que a população decida se é mesmo o que ela quer, manter um transporte em mãos privadas ou devidamente administrada para o bem do usuário. A municipalização é a melhor solução, essa luta é sua também!!!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

PRÓLOGO

Alguns meses atrás, eu estava tendo uma daquelas conversas com um amigo, uma pessoa consciente e sensata, que acredita no ser humano e na transformação de um mundo mais democrático, estávamos falando sobre algumas idéias relacionadas ao movimento social em nossa "província", e quando ele ouviu algo que comentei (não recordo), logo deu a idéia de eu confeccionar um blog para socializar minhas indagações acerca dos problemas sociais e políticos de Joinville. Esse mesmo amigo esteve algum tempo atrás na Argentina, e de presente me trouxe um livro de bolso do autor do país homônimo Ernesto Sabato, entitulado La resistencia, num de seus ensaios abordava questões relacionadas aos valores sociais cultivados há séculos pela humanidade e que estes, em seu ponto de vista, já estariam obsoletos, uma delas seria a tradição oral e as sociabilidades, o saber da própria história, o encontro entre as pessoas de forma constante trazia um ar fraterno, e continuando a leitura, ele faz algumas observações, também, referentes à memória e a importância desta para a cidadania, a consciência histórica é algo que não devemos abrir mão, e nas palavras de Sabato: Creo em los cafés, em el dialogo, em la dignidad de la persona, em la libertad. Siento nostalgia, casi ansiedade de um infinito, pero humano, a nuestra medida. Sabato faz uma breve crítica ao mundo virtual, como limitação no desenvolvimento e nas sociabilidades dos indivíduos, e é interessante trazer essa discussão para um espaço virtual, pois não se trata aqui de amaldiçoar a internet, pelo contrário, as culturas se mostraram dinâmicas ao passar dos anos. Com o advento da globalização, a comunicação é um fator que pode contribuir para a construção do conhecimento e autocrítica, podemos através desta, nos expressar de uma forma mais direta e alcançar dimensões que só as mídias corporativas tinham antes, ou seja, o bom usufruto deste meio pode trazer resultados positivos para qualquer que seja o movimento sócio-cultural. Fazê-lo-emos então um espaço de democratização do conhecimento, informações coerentes com a realidade, podemos fazer deste um arcabouço das posteriores práticas sociais.
As palavras que simbolizarão esse blog são: amor, esperança, música, movimentos sócio-culturais, espaço democrático, consciência histórica e social, direitos humanos e cidadania, luta pela dignidade e direitos básicos como nossa constituição prevê.
Quero agradecer aqui também minha companheira por sempre acreditar em mim, precisamos de alguém para nos motivar, sem cair em contradição.