quarta-feira, 19 de novembro de 2008

De Quem para Quem???




Folheando o AN desta quarta-feira dia 19/11/2008, especificamente no ANexo, deparo-me com algo estranho, digamos misterioso, uma matéria sobre AMJ (Associação dos Músicos de Joinville).

A reportagem fala de um “sindicado” criado para os “rockeiros” da cidade há 2 anos (?) e logo me veio a primeira indagação – Sindicato??? – Acabei de ter a primeira informação sobre..., mas há muito que se revelar, pois Joinville tem a mania de encarar músico aquele (a) que toca em Bares e Shoppings para receber bons trocados, em troca de boa música reproduzida - os emepebistas.


Outra pergunta veio quando a abordagem foi diretoria, primeiro vou reproduzir um trecho do que se escreveu sobre: “Faz dois anos que os roqueiros joinvilenses ganharam um sindicato dedicado a eles. Este ano, ele foi oficialmente batizado de Associação dos Músicos de Joinville (AMJ), e moldado para que pensasse no incentivo à disseminação de todos os gêneros musicais e não apenas do rock’ n’ roll. Dirigida pelo maestro José Mello, a AMJ formou em setembro de 2008 uma expressiva equipe de diretores que conhecem muito bem o cenário artístico da cidade. Após dois meses de reuniões e análises, a associação resolveu contar os planos que tem para a área musical joinvilense.” – Subentende-se aí que essa “Associação dos Músicos” irá representar oficialmente os músicos de Joinville... Eu nunca ouvi falar de AMJ, muito menos de sindicato, até então (duas surpresas), tenho banda e conheço muitas pessoas que estão direta ou indiretamente ligadas à música há muito tempo aqui nessa cidade e não me contaram. Quem é José Mello??? [1] O problema não é só esse, mas também quando se fala de uma “[...] expressiva equipe de diretores que conhecem muito bem o cenário artístico da cidade[...]”, sem comentários...


A cidade vem de uma nova geração de bandas sedentas, com música de qualidade e diferente de tudo que se viu antes na cidade e, infelizmente, um grupo decide tomar as rédeas da Música de Joinville, dizendo o que ou não fazer com ela... (Entendo eu como “Associação”, uma organização que contemple o grupo de um determinado local, organizados e pertencem a um determinado seqguimento – independente de gênero, grau ou razão – e que juntos representem a linguagem ou manifestação deste contexto).


Contudo, desde 1999 eu toco em uma banda e nunca houve qualquer contato com algo dessa natureza, a não ser, um embrião formado por alguns músicos há 4 ou 5 anos atrás, que não saiu da casca devido à falta de coletivismo de alguns, que hoje fazem parte deste grupo acima citado.


Quem é Músico para AMJ???


Devo pensar que esta associação ficará restrita para um grupo seletivo, como segue outros seguimentos artísticos da afamada Jacucity, mero mercado empresarial com um tom maior de EGOCENTRISMO.


[1] Assim dá para ter uma idéia de quem é: http://www.colunista.com.br/mello/index.htm

Fonte: A Notícia.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sistema de Educação Feudal





Desde minha pequenês venho passando por vários métodos de ensino: cátedra, behaviorista, skineriana, etc... (imagina a cabeça dessa geração???) Devido a história da educação brasileira, infelizmente, ter sido construída de forma autoritária e alienada, com a iniciação pela escola cristã, passando pela autoritária, até chegar hoje onde estamos, com PCN (Parâmetro Curricular Nacional) desenvolvido numa perspectiva vygostiskyana e piagetiana, que sem dúvidas para quem prima por uma educação emancipadora e de inserção social, essa perspectiva é o norte coerente.

Mesmo com todo esse aparato de embasamento teórico, ainda temos um problema maior, comodismo e falta de atualização curricular dos (as) professores (as) que estão na rede pública a mais de 15 anos numa sala de aula. Esse é um dos aspectos que vem corroborando com a violência na escola e na sociedade, professores (as) despreparados (as) que não formam indivíduos, formam verdadeiros (as) aliens, mantendo o ciclo vicioso dos (as) jovens entre a vida no crime e a cadeia ou a morte, ou então a manutenção das formas de repressão legitimadas pelas próprias criaturas de forma alienada, como o paternalismo, machismo, homofobia, discriminação étnica etc...

Chego então no ponto principal de minha reflexão - “Sistema de Educação Feudal” que nada mais é o estado inerte de professores (as) desprovidos (as) de preparo psicológico e cognitivo para formar cidad@s emancipados (as) e autônomos (as), cujo principal função é manter inconscientemente, através de um poder superior, os pólos distantes, oprimidos (as) e opressores (as), caracterizando-se num legítimo DOI-CODI da educação.

A falta de renovação e/ou ampliação de educandos nas redes municipal e estadual não vêm sendo realizada de acordo com as necessidades, enquanto na gerêcia regional de educação do estado uma pilha de recém formados inscritos para vagas de ACT’s (Admitidos em Caráter Temporário), ou seja, vamos esperar licença prêmio ou mais um (a) professor (a) surtar, porque dramim é o remédio mais consumido na classe educacional.

Em contra-partida a politicagem na educação (outro tema que deve ser pautado com exclusividade), uma nova leva de licenciados (as) com a energia de quem saiu para “transformar o mundo” (força de expressão) contam com a sorte de não encontrar um (a) profissional que é formado (a) em direito há mais de 20 anos, mas tem padrinhos ou madrinhas inseridos (as) no sistema e acabam dando aula de qualquer coisa que aparecer, furando a fila e a esperança de novos (as) educandos (as). [1]

Eu gostava da Dona Alcimira, da Dona Rose, Dona Neuza... Mas naquele tempo eu não tinha idéia o quanto isso iria me reprimir futuramente. Eram professoras que também tinham o papel de mãe, agiam com muito carinho e às vezes com pulso firme, mas por outro lado tinha Dorotil, Elisa, Cecília, Rosane... Que estavam no tempo da régua na mão, cheirar lousa ou ficar de pé em frente esta de castigo... Eu passei por isso tudo no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. E é fato que muitas destas professoras estão dando aula ainda, outras morreram ou piraram de uma vez, pelo menos eu sei de umas quatro que ainda resistem ao tempo.

Minha adolescência não foi exemplar, e hoje compreendo que não fora por não me enquadrar aos métodos de repressão que tive, seja nos meios de educação e até mesmo por ter me desenvolvido socialmente em meio às pessoas reprimidas pela sua geração antecessora, porém não é o único motivo de ter uma adolescência tão precoce e um amadurecimento tardio.

A pergunta que fica é: Até quando isso resistirá???
[1] Na época em que eu estudava no ensino médio, tive aulas de língua portuguesa com um advogado criminalista.

Imagem: http://blogdofavre.ig.com.br/2008/03/verdades-2/

quarta-feira, 16 de julho de 2008


Enquanto rebelo-me contra este velho mundo que insiste em abrigar suas nefastas honrarias, que assombram vidas responsáveis pelos milhares de desabrigados, o tempo passa com a pressa de uma tempestade que arrasta gerações para a cratera mais escura e atraente;

Um colapso sem precedentes, esperançosos da casta ordem, regida por um aparente maestro barroco e sua abundante orquestra de surdos.
Submeto-me, às duras penas, nesta prisão perpétua e cada vez mais instigante, ao pior, liberto-me em subversivas idéias, que mantenho vivas e convictas dentro do imenso e complexo universo de idéias, pois transcender é a saída sensata para encontrar o inverso daquilo que se encontra intocável;

Enquanto rebelo-me contra um emaranhado de cordas, na qual para desfazer se faz necessário movimentar todas que estão no entorno interligadas umas às outras, laçadas umas às outras, umas mais que outras, me atrevo a desatar aquele nó mais próximo, mesmo que seja pequeno e simples, pois este dará folga para alcançar outro que me sufoca;

Devo concentrar-me nesse enredo incessante, assim não perco o fio da meada, que me levará ao caminho do bom senso e da liberdade, tão desejada que alguns acabam me vendo como rebelde sem causa, mas deste título eu mereço e sustento a idéia de que sou mais que uma corda inerte neste entrecho dramático e insuportável;

No entanto rebelei-me contra mim, pois passei mais que metade da minha vida não acreditando nessa mais que metade da minha vida, desnutrido da característica humana que há muito não passa de um jargão em livros de biologia – sapientia. O tempo passa com a pressa das tempestades de épocas e te arrasta pelas pernas, mas espero que a próxima mais que metade da minha vida caminhará para além de um jargão...

Imagem é mera brincadeira há uns 2 anos atrás no paint.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

GEIPA e uma nova fase

Ontem dia 5 de junho começou uma grande etapa em minha vida, e gostaria de compartilhar aos amigos.
O primeiro encontro do GEIPA – Grupo de Estudos de Idéias e Práticas Anarquistas, e com uma organização legal, pois tínhamos em nosso grupo textos pré-selecionados, que garantiu uma boa discussão sobre as questões pertinentes ao Anarquismo na história, mais no âmbito epistemológico, e ainda mais, com o histórico dos participantes em luta social e movimento estudantil parece que foi bem positivo, todos assumiram seriamente a posição como militante libertário, isso faz com que o grupo, ainda que um microcosmo, seja diferente de outros coletivos de lutas em Joinville, a marca é a responsabilidade e ética na organização do GEIPA, parece mesmo o começo de uma mudança em algumas práticas em joinvas.

Against me! - We did it al for don

Please tell me why

we couldn’t stay

Don’t let this feeling ever go away

Let this memory forever be inside of me

Through every hour of every day

With the company of these friends

We drive on through the night

We're carried by the wheels of armageddon

We’re gonna force ourselves to live

Thankful it’s hurt more than we’ve ever felt

It’s just our means to an end

And honestly we were armed with our best intentions

Maybe those intentions alone

Are just enough to get us anywhere

but hereIn the middle of america

Six cylinders will take us further than any president

The same promises that we forgot the last time

There’s no difference between staying and a bullet in the head

Maybe it’s gonna come from the radio

Or the next 8 hour day

Driving to the next town

A collect call home to your best friend

We are the company we keep

We could live off of dumpsters if we have to

Sell our blood by the pint to make rent

This kind of dignity doesn’t come easy

But you’ll never find it for sale

And that's why we couldn't stay

Would never let that feeling ever go away

Kept a memory inside of us through every hour

Through every day until we died

It was with the company of those friends

We drove on through the night

Behind the wheel of armageddon

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Dispertar para o mundo real



Muito inseguro e indeciso eu vou postar aqui coisas sobre minha vida desde os 23 anos, que acabou me propiciando uma visão de mundo mais ampla, foi numa leitura um tanto que teórica, incrivelmente, acabei me identificando muito com o texto, são os Ensaios Sobre Consciência e Emancipação de Mauro Luis Iasi que comprei na feira do livro esse ano de 2008.



Com pouco mais de 20 anos de idade descobri algo que poderia mudar o rumo da minha vida, por meio de atitudes e idéias, a tal da consciência social, que diz respeito às minhas responsabilidades como cidadão que sou bem como sujeito partícipe e também construtor da história.



Para fazer qualquer abordagem a respeito da consciência social, é mister conceituar consciência, segundo Iasi a consciência é um processo - “Falamos em processo de consciência e não apenas consciência porque não à concebemos como uma coisa que possa ser adquirida e que, portanto, antes de sua posse, poderíamos supor um estado de ‘não-consciência’” (IASI: 2007). O autor aprofunda a discussão em torno deste processo, dividindo-o em Primeira forma de consciência – onde o indivíduo após o nascimento, em seu desenvolvimento, acaba aspirando valores morais e tradicionais da família (ver também em Freud – complexo de ID), como se constrói essa “Primeira Consciência”, bem como a alienação e a ideologia, conceituando-as e discutindo as contradições delas a partir do indivíduo e a realidade com o seu meio.



Num segundo momento, é onde eu quero chegar, com relação à consciência social, ele parte da problemática da consciência revolucionária e a crise do indivíduo quando se descobre ator da história e cidadão, a desconstrução dos pensamentos até então originais ao desenvolvimento, a temporalidade como barreira e/ou superação, enraizada na cultura das mais tenras gerações antecessoras.



O fato é que o indivíduo nasce numa cultura de valores morais da burguesia imposta há muito tempo, sem escolha ele acaba reproduzindo aquele mesmo arquétipo de valores inexoravelmente arcaicos, que futuramente porá limites nas escolhas que o fará para sua vida.



Sem dúvidas, esse quadro é delicado, uma vez que aqui se fala de uma maioria de indivíduos que pertencem, ou a famílias de classe média conservadoras, ou às famílias de classes inferiores. Mais complicado ainda é preparar indivíduos transformadores, Bakunin aponta para a problemática da emancipação como fundamental meio de transformação, propondo Instrução Integral, levando em consideração as mesmas oportunidades para as classes, inferindo ainda, a questão da mão-de-obra pesada como meio de controle da classe dominante sobre a classe dominada.



Nesse sentido, podemos afirmar que a manutenção do Statu Quo depende da capacidade subjetiva de emancipação, que está diretamente relacionada à educação e as oportunidades que as classes “A” ou “B” previlegiam-se numa determinada estrutura política, econômica e social, é fácil também afirmar que tais privilégios apenas contemplam a parcela menor da sociedade - a burguesia.


Diante de todo esse discurso, confesso que ainda não tão consistente, mas abreviado e humilde, devo entrar na questão mais pessoal, a de que a prática se resume em muito pouco perto do que desejo, como militante ou educador (estudando para isso), mais particularmente ainda, posso dizer que reluto contra a alienação e a mentalidade concebida em minha infância e adolescência, é a parte mais difícil para qualquer pessoa que se identifique com essas questões, que vivenciou ou vivencia. Essa crise me impede de fazer mais por mim, pelo que desejo e por um mundo mais justo.



A intenção aqui é expressar meus sentimentos com relação às condições que estamos sujeitos. Compartilhar essas observações, mesmo que sucintamente, é um privilégio de poucos, e o mais importante; as pessoas que lerem o texto, não esqueçam que o espaço é para discussão também, que façam análises e críticas do discurso, complementem, corrijam, pois desta forma será mais construtivo para todos.



IASI, Mauro Luis. Ensaios Sobre Consciência e Emancipação. São Paulo: Expressão Popular, 2007.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

A Força


A ordem que empobrece as pessoas

É a mesma que enriquece outras

A vida passa tão depressa

Não há tempo para lamentos

O vento sopra os mesmos acontecimentos

Desabam tetos de ilusões

Tudo que sobrou foram sonhos

Na realidade o amor ainda insiste em zelar

A união que persiste em ficar

Enquanto eles pensam que estamos falidos

Fortaleceremos-nos de sentimentos

Somaremos nossas virtudes

Implantaremos radicais atitudes

Não cairemos diante de vossos pés

Resistiremos a toda inércia

Proliferada e dissimulada

Porque temos coragem para enfrentar

A força que teima em nos controlar


Eloperdido

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

"O que os olhos vêem, o coração não sente"


Diante desse título pessimista, eu quero humildemente apresentar uma breve canção que conota alguns problemas relevantes à geração superficial¹ e neoliberal existente hoje nas entranhas desse mundão.


Vendas...

Vendas tua miséria
Vendas tua ganância
Vendas tuas terras
Vendas tuas finanças

Vendas tua história
Vendas todo teu corpo
Vendas tua memória
Vendas teu sofrimento

Vendas tua moral
Vendas tua verdade
Vendas teu ideal
Tua única liberdade

Vendas tua idéia
Vendas tua maldade
Vendas tua escravidão
Vendas teu caráter

Vendas tua esperança
Vendas tua saudade
Vendas tuas lembranças
Tua humanidade

Vendas! Venhas vendar meus olhos;
Pois nada que vendo tem preço;
E nada vejo sem óculos.


(Eloperdido)


1 - Termo (de minha autoria, nada em relação ao "mundo despessoaliado" ver em: o mundo de giselle)
referente às situações e posturas da sociedade pós-moderna.
Imagem no: http://www.decoradoronline.com.br/boas_ideias/imagens/consumo.jpg