domingo, 28 de outubro de 2007

"Madres de la Esperanza"

fotos por Maikon K



Há pouco mais de 30 anos atrás na Argentina, algumas mães aflitas pelo desaparecimento inexplicável de seus filhos, dariam início, de uma forma tímida, a um movimento que tomaria dimensões inimagináveis com o passar dos anos.






Desde o final da década de 1960, a Argentina vinha sofrendo vários golpes militares, mas em 1976 com o General Jorge Rafael Videla foi o estopim para que uma sucessão de desaparecimentos ocorressem. Desde 1974, já haviam registros de mais ou menos 600 pessoas desaparecidas, nesse período algumas mães exigiam explicações e atitudes das autoridades, porém, não tinha um caráter de movimento social.
Em 1976, ano do golpe, aumentam o número de desaparecimentos e relativamente o número de Madres, gerando uma frustração coletiva por não serem ouvidas, as mães se mobilizam na então “Plaza de Mayo” para escrever uma carta pedindo uma audiência para que, realmente, explicassem o que estaria acontecendo com seus filhos.
E assim começaria a primeira das centenas de manifestações até hoje realizadas pelas Madres, que acabou inserindo uma série de outras reivindicações, como a luta pela igualdade social e anistia para os presos políticos, ganhando apoio de organizações em todo o mundo e acarretando até na volta do peronismo, configurando-se, assim, num grande movimento social. Hoje, depois de muitos anos de esforço, elas não obtiveram sucesso em relação aos seus filhos desaparecidos, mesmo assim não desistem da luta pela justiça.


Esse breve e humilde texto não é para falar da história de lutas das Madres de la Plaza de Mayo, mesmo porque temos vários sites e webspaces que fornecem as informações sobre este movimento, a proposta aqui, é mostrar que não devemos desistir de lutar pelos nossos direitos, uma vez que estes constituem nossa legislação. Fazer democracia é lutar pelos nossos direitos. Podemos expressar nossos descontentamentos com relação às políticas públicas que somos sujeitados, ou as que não somos contemplados por meio de manifestações e pressões, só assim atingiremos algum objetivo.


A luta deve fazer parte da vida do ser humano, por mais que ela pareça difícil, deixemos a submissão por conta da natureza. Karl Marx já dizia no século XIX, em sua famosa frase que se encontra no Manifesto Comunista “A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”, hoje essa frase ainda é válida se analisarmos em nosso cotidiano, as micro-relações de poder (como diria Foucalt) que vivenciamos em ambientes de trabalho e até mesmo no ambiente familiar, e as macro relações que controlam o sistema.



As informações aqui contidas foram retiradas do site: http://www.madres.org/, página oficial das Madres, lá também se encontram as informações atualizadas, e muitas outras referente à Associación Madres de la Plaza de Mayo.

Citação em:
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

Um comentário:

Maikon K disse...

vamos socializar a esperança!!!!!!!!!!!