sábado, 8 de janeiro de 2011

Aos Colegas Licenciandos

Esse post ...anos depois... vai para licenciados de todo o Brasil, o texto não trata apenas dos anseios daqueles que se empenham e se arrastam para obter graduação em licenciatura, pelo contrário, a abordagem é um relato sobre a experiência de futuros professores*.

Sou acadêmico de História e prestes a me formar para a docência neste ano de 2010. Como de praxe, no último ano é tempo de colocar em prática o que lemos, discutimos, ou não, dentro do universo acadêmico nos longos quatro anos do curso, questões que vão da teoria filosófica às práticas pedagógicas que são inerentes às demandas de um ensino de qualidade.
É no último ano que o(a) licenciando(a) entra em sala de aula e assume a posição de proto-professor para cumprir as horas requisitadas pelo Estágio Curricular Supervisionado e encarar o cotidiano das escolas, por isso, é tempo, também, de choques de realidades, de exalar todo o tipo de sentimento que habita no inconsciente de um indivíduo; frustração, ansiedade, angústia, medo, frio, tremedeiras, insônia, aflição; por outro lado sente vontade, esperança, superação, alegria, satisfação, poder e alívio de estar cumprindo uma etapa decisiva para sua carreira e, principalmente, para sua vida.
Como somos humanos demasiados, cada um lida de uma forma com suas vivências, cada um reage de uma maneira, pode ser clichê, mas cabe a este individuo canalizar as coisas com uma visão positiva para encarar as barreiras fazendo-a desta fase um período de experiências ricas para sua vida, reconhecendo seus erros e aprendendo com eles. O mais importante é não deixar a chama da utopia apagar, pois nós, futuros professores, sabemos o quanto somos responsáveis pelo futuro da educação.
Viver com as adversidades, com as diferenças e com a responsabilidade a que nos é atribuída, precisa ser mais importante que qualquer mixaria que receberemos nesta profissão tão desvalorizada e humilhada historicamente. Desejamos a nós força para encarar os desafios que virão e inteligência para quebrar paradigmas, pois este será nosso papel nos próximos 25 ou 30 anos de profissão.
Marcelo Cardozo
Licenciando em História - Univille

*Esse artigo foi escrito especialmente para publicação no Jornal "A Notícia", porém como não publicado.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Artigo Publicado no Peleguícia

Abaixo segue o artigo que mandei há umas duas semanas para o jornal A Notícia de Joinville, porém saiu na coluna de artigos e correspondências no último domingo, eu devo escrever bem como um certo autor literário que não quero dizer, para só publicarem depois deste tempo todo.

PANE ET CIRCENSES

Respeitável público (as luzes apagam-se - abrem-se as cortinas), o show não pode parar, como Jorge Ben já bem dizia em uma de suas músicas “o circo é a alegria de viver”. O Brasil é um verdadeiro circo da vida, onde temos o “macaco cientista” que reproduz suas habilidades tecnológicas promovendo um espetáculo digno de aplausos. Essa semana o país presenciou um dos maiores apagões, que “nunca na história deste país”, sucedera e o que mais chama atenção é a falta de investimentos em estrutura e tecnologia para gerir seus recursos energéticos. O circo está armado! Temos o “anão gigante”, o “palhaço ladrão” e a “vidente que tudo sabe e tudo vê”, as coisas tomam devidas proporções e da noite para o dia acabam roubando a cena. Irônico é ver a base do governo num duelo de Gladiadores a La Roma Antiga, de um lado o PT acobertando a “menina dos olhos” de Lula e de outro o PMDB de Sarney protegendo seu afilhado Ministro de Minas e Energia.
A verdadeira política do pão e circo está mesmo é fora das arenas. A desigualdade social é crônica e o pior são as políticas econômicas baseadas na velha balança comercial quebrada, onde pesa apenas para o lado mais fraco, produzindo um cenário de dependência nas relações de troca - deterioradas - somos escravos do norte! Narciso de bruços no sarcófago explica a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 que promoverá a salvação dos humildes espectadores (?) inertes pela excelência do entretenimento.
Elefante Branco poderia ser mais um dos elementos do circo de Jorge Bem, porém sabemos que pagaremos pelos ingressos dos camarotes e assistiremos no alambrado, isso se o leão não escapar descontrolado, mas “calma minha gente que o leão é sem dente”!

domingo, 2 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

De Quem para Quem???




Folheando o AN desta quarta-feira dia 19/11/2008, especificamente no ANexo, deparo-me com algo estranho, digamos misterioso, uma matéria sobre AMJ (Associação dos Músicos de Joinville).

A reportagem fala de um “sindicado” criado para os “rockeiros” da cidade há 2 anos (?) e logo me veio a primeira indagação – Sindicato??? – Acabei de ter a primeira informação sobre..., mas há muito que se revelar, pois Joinville tem a mania de encarar músico aquele (a) que toca em Bares e Shoppings para receber bons trocados, em troca de boa música reproduzida - os emepebistas.


Outra pergunta veio quando a abordagem foi diretoria, primeiro vou reproduzir um trecho do que se escreveu sobre: “Faz dois anos que os roqueiros joinvilenses ganharam um sindicato dedicado a eles. Este ano, ele foi oficialmente batizado de Associação dos Músicos de Joinville (AMJ), e moldado para que pensasse no incentivo à disseminação de todos os gêneros musicais e não apenas do rock’ n’ roll. Dirigida pelo maestro José Mello, a AMJ formou em setembro de 2008 uma expressiva equipe de diretores que conhecem muito bem o cenário artístico da cidade. Após dois meses de reuniões e análises, a associação resolveu contar os planos que tem para a área musical joinvilense.” – Subentende-se aí que essa “Associação dos Músicos” irá representar oficialmente os músicos de Joinville... Eu nunca ouvi falar de AMJ, muito menos de sindicato, até então (duas surpresas), tenho banda e conheço muitas pessoas que estão direta ou indiretamente ligadas à música há muito tempo aqui nessa cidade e não me contaram. Quem é José Mello??? [1] O problema não é só esse, mas também quando se fala de uma “[...] expressiva equipe de diretores que conhecem muito bem o cenário artístico da cidade[...]”, sem comentários...


A cidade vem de uma nova geração de bandas sedentas, com música de qualidade e diferente de tudo que se viu antes na cidade e, infelizmente, um grupo decide tomar as rédeas da Música de Joinville, dizendo o que ou não fazer com ela... (Entendo eu como “Associação”, uma organização que contemple o grupo de um determinado local, organizados e pertencem a um determinado seqguimento – independente de gênero, grau ou razão – e que juntos representem a linguagem ou manifestação deste contexto).


Contudo, desde 1999 eu toco em uma banda e nunca houve qualquer contato com algo dessa natureza, a não ser, um embrião formado por alguns músicos há 4 ou 5 anos atrás, que não saiu da casca devido à falta de coletivismo de alguns, que hoje fazem parte deste grupo acima citado.


Quem é Músico para AMJ???


Devo pensar que esta associação ficará restrita para um grupo seletivo, como segue outros seguimentos artísticos da afamada Jacucity, mero mercado empresarial com um tom maior de EGOCENTRISMO.


[1] Assim dá para ter uma idéia de quem é: http://www.colunista.com.br/mello/index.htm

Fonte: A Notícia.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sistema de Educação Feudal





Desde minha pequenês venho passando por vários métodos de ensino: cátedra, behaviorista, skineriana, etc... (imagina a cabeça dessa geração???) Devido a história da educação brasileira, infelizmente, ter sido construída de forma autoritária e alienada, com a iniciação pela escola cristã, passando pela autoritária, até chegar hoje onde estamos, com PCN (Parâmetro Curricular Nacional) desenvolvido numa perspectiva vygostiskyana e piagetiana, que sem dúvidas para quem prima por uma educação emancipadora e de inserção social, essa perspectiva é o norte coerente.

Mesmo com todo esse aparato de embasamento teórico, ainda temos um problema maior, comodismo e falta de atualização curricular dos (as) professores (as) que estão na rede pública a mais de 15 anos numa sala de aula. Esse é um dos aspectos que vem corroborando com a violência na escola e na sociedade, professores (as) despreparados (as) que não formam indivíduos, formam verdadeiros (as) aliens, mantendo o ciclo vicioso dos (as) jovens entre a vida no crime e a cadeia ou a morte, ou então a manutenção das formas de repressão legitimadas pelas próprias criaturas de forma alienada, como o paternalismo, machismo, homofobia, discriminação étnica etc...

Chego então no ponto principal de minha reflexão - “Sistema de Educação Feudal” que nada mais é o estado inerte de professores (as) desprovidos (as) de preparo psicológico e cognitivo para formar cidad@s emancipados (as) e autônomos (as), cujo principal função é manter inconscientemente, através de um poder superior, os pólos distantes, oprimidos (as) e opressores (as), caracterizando-se num legítimo DOI-CODI da educação.

A falta de renovação e/ou ampliação de educandos nas redes municipal e estadual não vêm sendo realizada de acordo com as necessidades, enquanto na gerêcia regional de educação do estado uma pilha de recém formados inscritos para vagas de ACT’s (Admitidos em Caráter Temporário), ou seja, vamos esperar licença prêmio ou mais um (a) professor (a) surtar, porque dramim é o remédio mais consumido na classe educacional.

Em contra-partida a politicagem na educação (outro tema que deve ser pautado com exclusividade), uma nova leva de licenciados (as) com a energia de quem saiu para “transformar o mundo” (força de expressão) contam com a sorte de não encontrar um (a) profissional que é formado (a) em direito há mais de 20 anos, mas tem padrinhos ou madrinhas inseridos (as) no sistema e acabam dando aula de qualquer coisa que aparecer, furando a fila e a esperança de novos (as) educandos (as). [1]

Eu gostava da Dona Alcimira, da Dona Rose, Dona Neuza... Mas naquele tempo eu não tinha idéia o quanto isso iria me reprimir futuramente. Eram professoras que também tinham o papel de mãe, agiam com muito carinho e às vezes com pulso firme, mas por outro lado tinha Dorotil, Elisa, Cecília, Rosane... Que estavam no tempo da régua na mão, cheirar lousa ou ficar de pé em frente esta de castigo... Eu passei por isso tudo no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. E é fato que muitas destas professoras estão dando aula ainda, outras morreram ou piraram de uma vez, pelo menos eu sei de umas quatro que ainda resistem ao tempo.

Minha adolescência não foi exemplar, e hoje compreendo que não fora por não me enquadrar aos métodos de repressão que tive, seja nos meios de educação e até mesmo por ter me desenvolvido socialmente em meio às pessoas reprimidas pela sua geração antecessora, porém não é o único motivo de ter uma adolescência tão precoce e um amadurecimento tardio.

A pergunta que fica é: Até quando isso resistirá???
[1] Na época em que eu estudava no ensino médio, tive aulas de língua portuguesa com um advogado criminalista.

Imagem: http://blogdofavre.ig.com.br/2008/03/verdades-2/

quarta-feira, 16 de julho de 2008


Enquanto rebelo-me contra este velho mundo que insiste em abrigar suas nefastas honrarias, que assombram vidas responsáveis pelos milhares de desabrigados, o tempo passa com a pressa de uma tempestade que arrasta gerações para a cratera mais escura e atraente;

Um colapso sem precedentes, esperançosos da casta ordem, regida por um aparente maestro barroco e sua abundante orquestra de surdos.
Submeto-me, às duras penas, nesta prisão perpétua e cada vez mais instigante, ao pior, liberto-me em subversivas idéias, que mantenho vivas e convictas dentro do imenso e complexo universo de idéias, pois transcender é a saída sensata para encontrar o inverso daquilo que se encontra intocável;

Enquanto rebelo-me contra um emaranhado de cordas, na qual para desfazer se faz necessário movimentar todas que estão no entorno interligadas umas às outras, laçadas umas às outras, umas mais que outras, me atrevo a desatar aquele nó mais próximo, mesmo que seja pequeno e simples, pois este dará folga para alcançar outro que me sufoca;

Devo concentrar-me nesse enredo incessante, assim não perco o fio da meada, que me levará ao caminho do bom senso e da liberdade, tão desejada que alguns acabam me vendo como rebelde sem causa, mas deste título eu mereço e sustento a idéia de que sou mais que uma corda inerte neste entrecho dramático e insuportável;

No entanto rebelei-me contra mim, pois passei mais que metade da minha vida não acreditando nessa mais que metade da minha vida, desnutrido da característica humana que há muito não passa de um jargão em livros de biologia – sapientia. O tempo passa com a pressa das tempestades de épocas e te arrasta pelas pernas, mas espero que a próxima mais que metade da minha vida caminhará para além de um jargão...

Imagem é mera brincadeira há uns 2 anos atrás no paint.